Nossas emoções nos empurram de um extremo a outro: da excitação para a depressão, de experiências boas para ruins, da felicidade para a tristeza -- um constante ir e vir. O emocionalismo é um subproduto da esperança e do medo, do apego e da aversão. Temos esperança porque estamos apegados a alguma coisa que queremos. Temos medo porque temos aversão a alguma coisa que não queremos.
À medida que seguimos nossas emoções, reagindo às nossas experiências, criamos carma -- um movimento perpétuo que inevitavelmente determina o nosso futuro. Precisamos interromper as oscilações extremadas do pêndulo emocional para podermos encontrar um eixo de equilíbrio.
Quando começamos pela primeira vez nosso trabalho com as emoções, aplicamos o princípio de que o ferro corta o ferro, o diamante corta o diamante. Usamos o pensamento para transformar o pensamento. Um pensamento raivoso pode ter como antídoto um outro que seja compassivo, ao passo que o desejo pode ter seu antídoto na contemplação da impermanência.
Chagdud Rinpoche (1930-2002)
"Portões da Prática Budista"
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