vendredi 13 novembre 2009

Cultivando a Liberdade

Para mim não existe felicidade sem liberdade. E a liberdade não nos é dada por ninguém: nós mesmo temos que cultivá-la! Quando nos sentamos , andamos, comemos ou trabalhamos, cultivamos a nossa liberdade. A liberdade é o que praticamos todos os dias. Não importam quais as condições ou em que lugar nos encontramos: se ivermos liberdade, seremos felizes.

Tenho muitos amigos que estiveram presos em campos de trabalho forçado, mas como conheciam a prática, não sofreram tanto. Na verdade, a foraça espiritual deles se tornou mais forte, o que me deixa muito orgulhoso.

Quando falo em liberdade, estou me referindo à liberdade relacionada à angústia à raiva, ao desespero. Se há raiva dentro de nós, precisamos transformá-la para porde ter de volta a liberdade. se estamos desesperads, precisamos reconhecer esta energia e não permitir que ela nos oprima. Todas as pessoas precisam praticar para transformar a energia do desespero e conquistar a liberdade que tanto merecem - a liberdade em relação ao desespero.

Podemos praticar a liberdade em qualquer momento da vida. Cada passo que dermos pode nos ajudar a reivindicar a liberdade. Cada respiração pode nos ajudar a desenvolver e cultivar a liberdade. Quando nos alimentamos, devemos comer como pessoas livres. Quando respiramos é importante respirarmos como pessoas livres. Isso é possível em qualquer lugar.

Thich Nhat Hanh - Sinta-se Livre Onde Você Estiver

mardi 27 octobre 2009

Dia Mundial de Oração pela Paz

A famosa Oração da Paz, que é de autoria desconhecida, embora seja atribuída a Francisco de Assis, é uma prece universal, ecumênica, inter-religiosa, que expressa de forma sublime todo o anseio da humanidade por Paz.

Eis aqui uma singela homenagem, em forma de vídeo e música, ao Dia Mundial de Oração pela Paz, que é comemorado todos os anos em 27 de outubro.


samedi 17 octobre 2009

Mais de 80 países apóiam resolução por um Tratado Internacional de Armas


 
Por: Sou da Paz Data: 11/10/2006


Em uma demonstração massiva de apoio nas Nações Unidas por maiores controles sobre armas, 83 governos co-patrocinaram uma resolução apresentada em 11 de outubro em Nova Iorque para iniciar o processo de um Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas. Espera-se que muitos outros governos venham a aderir à iniciativa nos próximos dias.

A resolução está sendo debatida no Primeiro Comitê da Assembléia Geral das Nações Unidas e culminará em uma votação na última semana de outubro. Vários países emergentes que exportam armas, como a Sérvia, Romênia e Bulgária, divulgaram pela primeira vez seu apoio a um tratado sobre o comércio de armas durante a apresentação da resolução. Também apoiaram o tratado pela primeira vez países que foram devastados pela violência armada, como Colômbia, Haiti, Libéria, Ruanda e Timor Leste. “Hoje testemunhamos a demanda por um tratado internacional sobre o comércio de armas transformada em ação. Governos receberam a primeira oportunidade de apoiar o começo dos trabalhos por um tratado, e eles fizeram fila para subscrever a resolução”, disse Anna Macdonald, coordenadora da campanha Control Arms pela Oxfam Internacional.

A resolução recebeu expressivo apoio na África, América Latina e Europa. Brasil, Canadá e África do Sul são alguns dos países que anteriormente demonstraram apoio por um tratado internacional sobre o comércio de armas, e espera-se que também co-patrocinarão a resolução. “O Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas está ganhando força. Governos reticentes têm dez dias para juntar-se ao movimento. Essa coalizão de apoio não deve ser impedida por alguns governos céticos”, disse Brian Wood, conselheiro para política de armas da Anistia Internacional. A Oxfam Internacional, Anistia Internacional e a International Action Network on Small Arms (IANSA) juntaram forças para fazer a campanha por um Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas baseado no respeito pela lei internacional, especialmente dos direitos humanos e do direito humanitário.

A campanha, apoiada por 20 vencedores do Nobel da Paz, vem trabalhando nos últimos três anos para essa votação. “Desde que começamos a campanha Control Arms há três anos, estima-se que mais de um milhão de pessoas foram mortas com armas de fogo e outras armas leves. Os governos precisam apoiar o tratado”, afirmou Mark Marge, o representante da IANSA na ONU. No Brasil, a Campanha Control Arms é coordenada pelo Instituto Sou da Paz.

mercredi 7 octobre 2009

A mente desperta tem que ser engajada


''Quando eu vivia no Vietnã, muitas das nossas aldeias foram bombardeadas. Em conjunto com meus irmãos e irmãs monásticos, tive que decidir o que fazer. Deveríamos continuar nossas práticas nos mosteiros ou deveríamos sair dos templos de meditação para ajudar as pessoas que sofriam com as bombas? Após uma reflexão cuidadosa, resolvemos fazer as duas coisas: sair para ajudar as pessoas e fazer isso com a plena consciência. Chamamos essa prática de budismo engajado. A plena consciência tem que ser engajada. Se existe a visão, tem que existir a ação. Do contrário, de que valeria a visão?

Devemos estar alertas para os verdadeiros problemas do mundo. Assim, com plena consciência, saberemos o que fazer e o que não fazer para ajudar. Se nos mantivermos cientes da nossa respiração e continuarmos a praticar o sorriso, mesmo em situações difíceis, muitas pessoas, animais e plantas irão se beneficiar da nossa forma de agir. Você massageia a Mãe Terra cada vez que o seu pé a toca? você costuma plantar sementes de alegria e paz? Eu tento fazer exatamente isso a cada passo, e sei que a Mãe Terra aprecia imensamente. A paz a cada passo. Vamos continuar nossa jornada?''

mardi 1 septembre 2009

A paz



Muita gente desabrigada sem lugar aonde morrar;
Sem uma família para lhe apoiar;

Sem nada nem paz em um pouco do mundo que precisa;

Nem se quer um chão para dormir;

E muita gente nem sente remorço ao ver todas essas desgraças;

Paz, amor, família, é isso que muita gente precisa...

fonte: http://www.mensagensvirtuais.com.br/mensagem-A-paz-7/

samedi 25 juillet 2009

Raiva e Reconciliação


*Era uma vez uma montanha onde muitos deuses viviam. Os deuses eram muito felizes. Eles pareciam não ter nada o que fazer. Eles passavam uma grande parte do tempo somente sentados ou caminhando. Havia um lindo riacho na montanha - a água era límpida e clara. Parecia que cada vez que alguém bebia daquela água se sentia leve e livre, sem desejo e sem raiva. Ao longo do riacho havia muitas cerejeiras que pareciam florir por todo o ano e os botões de cerejeira caíam na correnteza e se iam junto com a água. Alguns deles viajavam bastante longe, até a cidade que ficava no sopé da montanha.


Existia um homem nessa cidade que sofria tanto que queria morrer. Um dia, ele viu uma pétala de flor de cerejeira na correnteza e decidiu seguir seu caminho até a fonte. Ele disse a si mesmo que iria encontrar a fonte, mesmo que levasse anos. Depois de muitos anos de caminhada, ele chegou à montanha dos deuses e eles o convidaram a se aproximar, sentar-se junto da correnteza e tomar um pouco da água com as mãos. Depois de beber a água, o homem sentiu que não tinha mais desejo, nem mesmo desejo de cura e transformação. Ele se sentiu muito cansado, não queria mais nada - queria desistir de tudo.

Ele se deitou à margem do riacho e caiu em sono profundo. Durante o sono, a água continuou a trabalhar em seu corpo e em sua mente, transformando e purificando. Como ele se permitiu dormir profundamente, o trabalho de cura e transformação foi bastante fácil para ele. Ele não fez nada, apenas se deitou e permitiu que a água que havia bebido trabalhasse nele. Alguns dos deuses tomaram conta dele - pegaram dois seixinhos que pareciam olhos de gato, foram ate ele enquanto dormia e trocaram seus olhos pelos seixos. Agora ele tinha novos olhos.

O homem dormira por muito tempo. Depois de uma semana, ele se acordou. Ficou em pé, viu o céu, as árvores como nunca tinha visto antes. Quando ele chegou, o céu e as árvores já estavam ali, mas ele parecia não ter visto do mesmo jeito, pois agora tinha novos olhos. De fato, tudo nele havia mudado. Tinha agora novos ossos, novo coração, novos intestinos - estava completamente transformado. Sentia-se agora como se fosse um dos deuses e não queria mais ir embora. Ele disse: "Eu não quero voltar pra casa, para aquele lugar, eu quero ficar aqui com vocês". Mas um dos deuses replicou: "Você tem que voltar pra casa e ajudar o seu povo". E o homem disse: "Se voltar pra casa, ficarei sozinho. Não conseguirei lidar com isso lá embaixo. É tão difícil! Eu não quero voltar nunca mais para aquele lugar". Um dos deuses, porém disse-lhe: "Olhe, quando você voltar pra casa, não verá mais as coisas do mesmo jeito que via no passado. Antes, você enxergava o céu e as árvores, mas agora, depois de uma semana, você já vê realmente o céu e as árvores. Não tenha medo de voltar pra casa. Com seus novos olhos, novos pulmões e novos ossos você verá as coisas de maneira diferente, não precisará sofrer. E sabe de uma coisa? Mesmo quando você voltar você continuará a nos ver. Nós não estamos somente aqui, estaremos lá embaixo com você".

O homem então entendeu. Disse adeus aos deuses, à montanha e ao riacho e começou a jornada de volta. Mas desta vez, não levou vários anos, como para subir. Levou apenas uma manhã. Os deuses estavam certos. Quando chegou em casa com seu novo ser, ele não viu a situação de maneira tão ruim e desesperadora como antes. Ele agora era capaz de olhar com solidariedade e clareza, seu coração estava aberto e era capaz de redescobrir os seres humanos de uma forma nova.Ele sentiu a solidariedade crescendo nele por que viu que muitos seres humanos estavam presos a idéias, ideologias, religião e cultura e que, por isso, sua verdadeira natureza humana não podia ser vista. Mas agora, depois que se tornou uma pessoa livre, pôde descobrir seres humanos mesmo dentro de verdadeiros cadáveres. Por isso, quando ele os olhava e os ouvia, não se sentia mais irritado ou frustrado. Com seu sorriso, podia ajudá-los a mudar sua situação. Ele descobriu que não estava sozinho. Todos os deuses com os quais se encontrara na montanha estavam bem ali para ajudá-lo e para lhe fazer companhia.

Essa estória é feliz por que o homem foi capaz de passar sete dias na montanha permitindo a si mesmo ser objeto de transformação e cura através da água da solidariedade. Ele não fez absolutamente nada durante o tempo em que ficou na montanha. Não praticou nada, praticou a não prática. Apenas permitiu a si mesmo ser abraçado pela montanha, pelo riacho, pelas árvores, para se renovar. Assim, ele conseguiu novos olhos, novos ouvidos, novos ossos e novo coração. Se ele tivesse ido à montanha somente para procurar idéias e respostas para levar pra casa, não teria sido capaz de retornar solidário e sem medo. Ele não foi à montanha em busca de teorias, ideologias, táticas ou estratégias. Ele foi lá para se renovar e deixou que essa renovação ocorresse. Quando voltou para casa, não levou ensinamentos, práticas ou respostas - apenas levou a si mesmo, totalmente renovado.

Vocês (israelenses e palestinos, NT) não precisam de respostas de outras pessoas sobre como mudar suas relações pessoais e com o resto do mundo. Se vocês mudarem seus olhos e corações, não precisarão de mais nada. Não precisam de nenhuma prática ou estratégias. Encontrem o riacho, bebam da sua água, deitem-se e permitam que a água faça o resto.
Como Seres Humanos, Somos Exatamente o Mesmo


Às vezes é mais fácil ficar com raiva do que expressar seu próprio sofrimento. Os israelenses pensam que não são árabes, mas são muito semelhantes aos árabes. São seres humanos. Eles não querem morrer, mas viver em segurança. Eles querem fraternidade, irmandade e paz. Estamos separados por nomes como "Budista","Cristão","Judeu", "Muçulmano". Quando ouvimos uma dessas palavras, vemos uma imagem e nos sentimos alienados, não nos sentimos conectados. Construímos muitas estruturas para estarmos separados uns dos outros e para fazermos sofrer uns aos outros. Por isso é importante descobrir o ser humano na outra pessoa, e ajudar a outra pessoa a descobrir o ser humano em nós. Como seres humanos, somos exatamente o mesmo. Se você tem muitas camadas de roupa sobre si mesmo, você evita que outras pessoas vejam você como um ser humano. Ser "Budista" pode ser uma desvantagem, por que se você carrega esse título pode ser um obstáculo e as pessoas podem não ser capazes ver o ser humano em você. Da mesma maneira se se carregar a marca "Muçulmano", que pode fazer muitas pessoas se desviarem de você, pois elas estão tão agarradas a essas noções que não podem se reconhecer umas às outras como seres humanos. É uma pena. É por isso que o Mestre Lin Chi disse que você tem que queimar todos esses obstáculos, jogá-los fora e queimá-los. Esta é uma prática verdadeira - queimar tudo para que o ser humano seja revelado. Este é o trabalho da paz.

Em 1963, eu estava sentado com alguns dos meus estudantes no campus da Universidade de Columbia em Nova Iorque. A manhã estava linda, o sol estava brilhando e estávamos conversando entre nós sobre a prática budista de remover conceitos. De repente, alguém passou, parou, olhou para mim por alguns segundos e me perguntou: "Você é budista?". Olhei para ele e disse "Não". Disse uma mentira? Espero que meus estudantes tenham me entendido naquele momento. Se eu tivesse dito "Sim, sou budista", ele poderia ser apanhado pela idéia do que um budista deva ser, e isso não vai ajudá-lo. Assim, "Não" foi de mais ajuda que um "Sim". Esta é a linguagem do Zen. Se você diz ou faz alguma coisa é para ajudar a desfazer os nós nas mentes das pessoas e não amarrá-las. É por isso que a linguagem que usamos deve ter como objetivo a libertação.

Quando ouvimos os palestinos e todo o sofrimento pela qual passam, entendemos seu sofrimento por que sofremos também. Não queremos comparar nosso sofrimento com o deles, mas entendermos o sofrimento como uma realidade. Esta é a Primeira Nobre Verdade, "o sofrimento existe". É claro, queremos que o sofrimento acabe. Não queremos que eles sofram mais. E se alguém dissesse: "Estamos sofrendo. Fomos vítimas. Você ficará do nosso lado? Você estará comigo para se opôr a todos aqueles que criaram esse sofrimento?". Então seria muito difícil de responder. Você está com eles, compreende profundamente seu sofrimento, mas se pedem pra você se juntar a eles na luta pela destruição daqueles que acreditam ser seus inimigos, você reluta, você sabe que eles tentaram esse método por vários anos e não conseguiram. Eles não estavam sozinhos nesta luta - tiveram apoiadores tanto no país quanto no estrangeiro, mas essa corrente de ação - tentar destruir os chamados inimigos - não deu em nada e, de fato, não diminuiu o sofrimento, apenas o aumentou.

Reluto em dizer que estou do seu lado, que eu apoio vocês de todo coração, que farei tudo o que vocês quiserem que eu faça. Não estou pronto pra escolher um lado assim. Eu perguntaria: "Sim, estou pronto pra ficar do seu lado, mas você está pronto pra ficar do meu? Sou um ser humano como você, você sabe qual o meu lado? É o de que o sofrimento deve parar. Concordo com você que algo tem que ser feito e deveria ter sido feito para parar o sofrimento. Mas eu não posso concordar com outras coisas da sua posição. Quero agir, quero ter solidariedade, mas não quero agir baseado na raiva, na violência e na discriminação. Se você ficar do meu lado, estarei com você cem por cento".

Quando você apóia alguém, você traz consigo todo o seu ser nesse apoio. No seu ser está sua sabedoria e solidariedade. Sem essa sabedoria e solidariedade você não pode apoiar ninguém. Se eu ficar do seu lado, não vai significar que eu irei ajudar a construir uma cerca, destruir uma cidade ou levar uma bomba para explodir os passageiros. Apesar de estar com você no seu sofrimento e no seu desejo de acabar com o sofrimento, não posso estar com você nesse tipo de ação. Acredito que existem muitas maneiras de acabar com o sofrimento e ajudar os chamados inimigos a também acabar com o sofrimento deles. Para mim existe um caminho bastante claro. Se mantivermos os venenos do desespero, da raiva e da violência dentro de nós, continuaremos a sofrer, e qualquer ação que fizermos não beneficiará ninguém.

Por isso, ir à montanha, deitar-se e deixar que a água da solidariedade transforme você e remova esses venenos é crucial. Não estou aqui na montanha para pedir aos deuses que se juntem a mim no combate aos meus inimigos. Estou aqui para permitir aos deuses que me ajudem a remover os venenos da violência, medo, desespero e raiva. Então eu sei que, quando eu voltar para casa como uma nova pessoa, poderei ajudar muitas outras pessoas, pois desta vez, estarei equipado com os elementos da compreensão, solidariedade, serenidade e solidez.

Injustiça é sofrida pelos dois lados. Os palestinos têm sofrido muito. E quando os israelenses vêm e descrevem para nós o seu sofrimento, somos capazes de ver que também têm sofrido. Esse tipo de compreensão é crucial. Uma vez que a compreensão e a solidariedade tenham nascido em nosso coração, os venenos da raiva, discriminação, ódio e desespero serão transformados. Por isso é que a única resposta é remover o veneno e deixar que o insight e a solidariedade entrem. Então eles irão se descobrir uns aos outros como seres humanos e não ficarão desapontados com as aparências externas como "Budismo", "Islã", "Judaísmo", "Pró-americano", "Pró-árabe" etc. Este é o processo de libertação da nossa ignorância, idéias e noções e da nossa tendência a discriminar. Quando vejo você como um ser humano que sofre bastante, não terei coragem de atirar em você. Pedirei a você que venha trabalhar comigo para que tenhamos chance de vivermos juntos em paz. É uma pena - a Terra é tão bonita e existe ainda tanto espaço para todos - que continuemos a nos matar uns aos outros.

* Retirado do Capítulo V do livro de Thich Nhat Hanh -
"Peace Begins Here: Palestinians and Israelis Listening to Each Other"
Tradução Samuel Cavalcante
~

dimanche 28 juin 2009

Natureza e Não-Violência

(Capítulo do livro de Thich Nhat Hanh "The World We Have",
tradução de Samuel Cavalcante)


Suponhamos que a gente pegue uma semente de milho e a plantemos em um solo úmido. Uma semana depois ou mais, a semente irá germinar. Depois de três dias, podemos voltar e perguntar ao brotinho “querida planta, você se lembra do tempo em que você ainda era uma semente?”. O brotinho pode ter esquecido, mas como ficamos observando, sabemos que o brotinho de milho realmente veio do grão.

Quando olhamos para a planta não vemos mais a semente e, assim, pensamos que a semente morreu. Mas ela não morreu, ela se tornou a planta. Se você for capaz de ver a semente de milho no pé de milho, você tem um tipo de sabedoria que o Buda chamou de sabedoria da não-dsicriminação. Você não dsicrimina entre a semente e a planta. Você vê que elas intersão entre si, que elas são a mesma coisa. Você não pode distinguir a semente da planta e nem a planta da semente. Olhando com profundidade uma espiguinha de milho você pode ver a semente de milho lá, ainda viva, mas com uma nova aparência. A planta é a continuação da semente.

A prática da meditação nos ajuda a ver coisas que as outras pessoas não vêem. Olhamos profundamente e podemos ver que o pai e o filho , pai e filha, mãe e filho, mãe e filha, grão de milho e espiga de milho têm uma relação muito próxima. É por isso que temos que praticar pra despertamos para o fato, para a verdade de que intersomos. O sofrimento de um é o sofrimento de outro. Quando muçulmanos e cristãos, hindus e muçulmanos, israelenses e palestinos, perceberem que são irmãos e irmãs uns pros outros, que o sofrimento de um lado é o sofrimento do outro lado, então essas guerras logo acabarão. Quando virmos que nós e todos os seres vivos somos feitos da mesma natureza, como é que poderão existir ainda divisões entre nós? Como poderá ainda existir essa falta de harmonia? Quando percebermos o interser da nossa natureza, pararemos de culpar, explorar e matar, pois saberemos que todos intersomos. Este é o grande despertar que devemos cultivar para que a Terra seja salva.

Nós, seres humanos, sempre tivemos a pretensão de sermos únicos, de estarmos fora da natureza. Classificamos os outros animais e seres vivos como “natureza”, como algo aparte de nós, e agimos como se fôssemos mesmo separados. Então nos perguntamos “Como devemos tratar a natureza?”. Ora, nós devíamos tratar a natureza da mesma maneira que devemos tratar a nós mesmos: de maneira não-violenta. Seres humanos e natureza são inseparáveis. Assim como não devemos ferir a nós mesmos, não devemos ferir a natureza e vice-versa.

Causar danos em outros seres humanos, causa danos em nós mesmos. Acumular excessivamente riquezas e possuir porções excessivas dos recursos naturais tiram dos outros seres humanos a chance de viver. Participar em sistemas sociais opressivos e injustos cria um abismo entre ricos e pobres e agrava a situação da injustiça social. Toleramos excessos, injustiças e guerras sem nos atentarmos para o fato de que a espécie humana sofre como uma família. Enquanto o resto da família humana sofre e passa fome, o gozo da falsa segurança e a riqueza são ilusões.

Está claro que o destino de cada indivíduo está inextrincavelmente ligado com o destino de toda a espécie humana. Temos que deixar os outros viver se quisermos viver. A única alternativa para a coexistência é a co-não-existência. Uma civilização na qual temos que matar e explorar outros para viver não é uma civilização sadia. Para criarmos uma civilização sadia, todos temos que ter igual acesso à educação, trabalho, comida, abrigo, cidadania mundial, ar puro e água limpa e a capacidade de circular livremente e escolhermos morar em qualquer lugar do planeta. Sistemas políticos e econômicos que negam a alguém esses direitos ferem toda a família humana. A vigilância acerca do que está se passando com a família humana é necessária para reparar os danos já provocados.

Para gerar a paz no interior da família humana temos que trabalhar por uma coexistência harmônica. Se continuarmos a nos isolar do resto do universo, aprisionando-nos em preocupações estreitas e problemas imediatos, vai parecer que não queremos construir a paz ou sobreviver. A espécie humana é parte da natureza. Precisamos cultivar este insight antes para podermos ter harmonia entre as pessoas. Crueldade e destrutividade destróem a harmonia da família humana e destróem a natureza. Entre as medidas para remediar essa situação está uma legislação que não seja violenta nem para nós nem para a natureza e que nos ajude a evitar nos tornarmos destrutivos e cruéis.

Cada indivíduo e toda a humanidade é parte da natureza e deveria ser capaz de viver em harmonia com ela. A natureza pode ser cruel e destrutiva. Mas nós precisamos tratar a natureza do mesmo jeito que tratamos a nós mesmos como indivíduos e como família humana. Se a gente tentar dominar e oprimir a natureza, ela se rebela. Devemos ser amigos da natureza para lidarmos com alguns de seus aspectos e criarmos harmonia com o nosso meio ambiente. Isto requer uma compreensão inteira da natureza. Tufões, tornados, secas, enchentes, erupções vulcânicas, proliferação de insetos perigosos, tudo isso se consitui em perigo para a vida. Podemos evitar grande parte da destruição que os desastres naturais causam se trabalharmos com o ambiente desde o início, fazendo planos e construindo decisões que levam em conta a natureza do lugar, ao invés de tentar impor o controle completo sobre ela com barragens, desmatamento e outros dispositivos e políticas que, no final, causam só mais prejuízos.

Um exemplo do que acontece quando tentamos controlar completamente a natureza é o nosso uso excessivo de pesticidas, que mata indiscriminadamente muitos insetos e pássaros e perturba o equilíbrio ecológico. Um crescimento econômico que devasta a natureza ao poluir e exaurir recursos não renováveis torna impossível para os seres vivos viver no planeta Terra. Tal crescimento pode parecer temporariamente benéfico para algumas pessoas, mas na realidade, rasga e destrói a natureza como um todo. A harmonia e o equilíbrio entre os indivíduos, sociedade e a natureza está sendo destruída. Os indivíduos estão doentes, a sociedade está doente e a natureza está doente. Precisamos restabelecer o equilíbrio, mas como? Por onde começar o trabalho de cura – pelo indivíduo, pela sociedade ou pela natureza? Precisamos trabalhar nos três domínios. Pessoas de diferentes disciplinas científicas tendem a focar suas áreas particulares. Por exemplo, políticos consideram que um efetivo rearranjamento da sociedade é necessário para a salvação dos humanos e da natureza, e, portanto, enfatizam que todos devem se engajar na luta para mudar o sistema político.

Os monges budistas são como psicoterapeutas, tendemos a ver o problema pela ótica da saúde mental. A meditação objetiva criar harmonia e equilíbrio na vida do indivíduo. A meditação budista lida tanto com o corpo quanto com a mente e usa a respiração como instrumento para acalmar e harmonizar o ser humano como um todo. Como em qualquer prática terapeutica, o paciente é colocado em um ambiente que favoreça a restauração da harmonia. Usualmente os terapeutas passam o tempo observando e pontuando seus pacientes. Portanto, eu conheço alguns que, como os monges, observam a si mesmos primeiro, reconhecendo a necessidade de libertarem-se primeiro a si mesmos dos medos, ansiedade e desespero que existem dentro de cada um de nós. Muitos terapeutas parecem pensar que não têm problemas mentais, mas o monge reconhece em si mesmo sua própria suscetibilidade aos medos e ansiedades, e à doença mental causada pelo caráter desumano de nossos sistemas sociais e econômicos.

Os praticantes budistas acreditam que a natureza interconectada do indivíduo, da sociedade e da ambiente físico se revelará a nós à medida em que nos curamos e assim não seremos mais possuídos pelas ansiedades, medo e pela dispersão da mente. Dentre os três domínios – indivíduo, sociedade, natureza – é o individuo que começa a efetivar a mudança. Mas para isso, o indivíduo tem que estar inteiro. E já que isso requer um ambiente favorável à cura, o indivíudo tem que buscar um estilo de vida livre da destrutividade. Nossos esforços para mudar a nós mesmos e o meio ambiente são ambos necessários, mas um não pode acontecer sem o outro. Sabemos como é difícil mudar o meio ambiente se os indivíduos não estiverem em equilíbrio. Nossa saúde mental tem como premissa que o nosso esforço de recuperar nossa humanidade deve ser nossa prioridade.

Restaurar nossa saúde mental não significa simplesmente nos ajustarmos ao mundo moderno, de rápido crescimento econômico. O mundo está doente e se adaptar a um ambiente doente assim não trará saúde real. Muitas pessoas que precisam de psicoterapia são, na realidade, vítimas da vida moderna que nos separa uns dos outros e do resto da família humana. Uma maneira de ajudar é se mudar para uma área rural, onde se têm a chance de cultivar a terra, plantar e colher o próprio alimento, lavar as roupas no rio e viver de maneira simples, partilhando da mesma vida que milhões de camponeses mundo afora.

Para que a terapia seja efetiva, precisamos de uma mudança do meio ambiente. Atividades políticas são um recurso apenas, mas não o único. Tranquilizarmo-nos através do consumo descontrolado não é a solução. O envenenamento do nosso ecossistema, a explosão de bombas, a violência nos bairros e na sociedade, a pressão do tempo, o barulho, as multidões solitárias – tudo isso foi criado no curso desse nosso crescimento econômico e são fontes de doenças mentais. Ao fazer o que quer que seja para eliminar estas causas, estaremos praticando uma medicina preventiva.

Manter nossa saúde mental como nossa prioridade número um significa também reconhecer nossa responsabilidade pela família humana inteira. Precisamos agir para evitar que os outros fiquem doentes ao mesmo tempo em que protegemos nossa própria humanidade. Quer sejamos monges , monjas, professores, terapeutas, artistas, carpinteiros ou políticos, somos todos humanos também. Se aplicarmos a nós mesmos o que tentamos ensinar aos outros, tornaremo-nos mentalmente doentes. Se apenas continuarmos com nossas vidas, convivendo com o status quo, gradualmente nos tornaremos vítimas do medo, da ansiedade e do egoismo. Uma árvore se revela a si mesma para um artista quando ele consegue estabelecer uma certa relação com ela. Alguém não suficientemente humano poderá olhar para seus similares humanos e não vê-los, poderá olhar para uma árvore e não vê-la. Muitos de nós não conseguimos ver as coisas por que não somos completamente nós mesmos. Quando somos completos, podemos ver uma pessoa e, através de uma vida integral, demonstrar para todos que a vida é possível, que o futuro é possível. Mas a questão “O futuro é possível?” não tem sentido se não formos capazes de ver os milhões de outros seres humanos que sofrem, vivem e morrem à nossa volta. Depois de conseguirmos vê-los realmente, seremos capazes de ver a nós mesmos e ver a natureza. Lembremos o tsunami no Oceano Índico de 2004, que matou centenas de milhares de pessoas da Indonésia, Sri Lanka, Tailândia, Índia e África. Gente vinda da Europa, Austrália e Estado Unidos, que ali passavam as férias, também morreram. Todo mundo sofreu muito e ficamos nos perguntando por quê? Por que Deus permitiu que isso acontecesse? Por que essas pessoas morreram? Eu também sofri. Mas eu pratiquei. Sentei-me e pratiquei o olhar profundo. E o que eu vi foi que quando essas pessoas morreram, nós também morremos com elas, por que todos nós intersomos com elas.

Você sabe que quando uma pessoa amada morre, uma parte de você também morre; de alguma maneira você morre com essa pessoa. Isso é fácil de entender. Assim, se tivermos compreensão e solidariedade, quando virmos outras pessoas morrendo, mesmo pessoas estranhas do outro lado do mundo, nós sofreremos e morreremos com elas. O que descobrimos é que elas morrem por nós. Assim, temos que viver por elas. Temos que viver de tal modo que o futuro seja possível para as nossas crianças e para as crianças delas. Se a morte delas terá ou não um significado, dependerá de nosso modo de vida. Este é o insight do interser. Elas são nós e nós somos elas. Quando elas morrem, também morremos. Quando continuamos a viver, elas continuam a viver conosco. Com este insight, você sofrerá menos e saberá como continuar. Você as carrega dentro de si e, sabendo disso, fica em paz.

Praticar a plena consciência e olhar profundamente na natureza das coisas é descobrir sua verdadeira natureza, a natureza do interser. Encontraremos a paz e podemos gerar a força que precisamos para estar em contato com tudo. Com este entendimento, podemos facilmente sustentar o trabalho de amor e cuidado pela Terra, e por nós mesmos, por um longo tempo.

jeudi 11 juin 2009


Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.

Charles Chaplin

jeudi 28 mai 2009

Confiança prática



[...] O ego apenas dá a impressão de existir. Parece que há um ego, mas ao mesmo tempo o assim chamado "eu" é na verdade impossível de encontrar.

Agora temos a ideia de que não há um ego verdadeiro. Isso em si é bom. Temos uma compreensão intelectual da vacuidade, mas podemos confundi-la com realização genuína, sendo que não é nada mais que teoria, apenas um pensamento sobre a vacuidade.

Praticamos essa ideia em nossa meditação, solidificando as teorias, e nada mais acontece. Anos podem se passar. Achamos muito difícil progredir além dessa compreensão teórica e ficamos deprimidos. Pensamos: "fiz tudo isso de prática e nada aconteceu. Sou um inútil!". Ou ficamos nervosos, com ressentimento de nosso professor, pensando: "Ele não me deu os ensinamentos certos. Me enganou! Perdi meu tempo!".

Esse é um problema bem sério, um obstáculo bem grande. Na verdade, é o maior erro que podemos cometer. É por isso que coloco tanta ênfase no fato de que é extremamente importante ganhar agora mesmo alguma certeza pessoal, alguma confiança prática na visão, no estado desperto livre de construções mentais. Isso é o que realmente conta. Mas pode exigir alguma preparação.
Chokyi Nyima Rinpoche (Tibete, 1951~)
"Bardo Guidebook"

samedi 16 mai 2009

Prática espiritual


Não seja muito receoso quanto ao caminho espiritual, temendo iniciar a jornada. No lugar disso, seja cuidadoso com a raiva, cobiça e ignorância. Nosso estado mental é como uma doença. Agora é a hora de nos medicarmos, não quando estivermos no leito de morte.

Ao decidir começar a prática espiritual, determine cuidadosamente qual caminho funciona melhor para você. Cada religião tem sua própria -- e completa -- tradição, com suas próprias qualidades. Tradições espirituais nascem em resposta ao sofrimento dos seres em um lugar e tempo particulares. Cada uma oferece um método que satisfaz as necessidades de tipos variados de pessoas. Assim como um remédio não vai curar cem pessoas diferentes, o mesmo caminho espiritual não será adequado para todo mundo. O Buda ensinou 84 mil métodos para treinar a mente porque ele viu que há 84 mil maneiras de nos confundirmos.

Você não pode analisar um caminho espiritual, adequadamente, de um ponto de vista externo. É difícil saber o que ele tem a oferecer a menos que você comece realmente a praticar, assim como você não vai saber se você gosta de algo no cardápio até que prove. Você pode dizer que um caminho está funcionando para você se os venenos de sua mente reduzirem e a bondade amorosa e a compaixão aumentarem.

Todas as tradições espirituais são veículos. Se você quer chegar a algum lugar, você pode pegar uma bicicleta, carro, trem ou avião. Mas se você combinar a asa de um avião, os pedais de uma bicicleta, a direção de um carro e as rodas de um trem, você até pode chegar a seu destino; ou pode não chegar. Mas, provavelmente, você não irá a lugar algum. Pior ainda, seu veículo pode causar um acidente, machucando você e outras pessoas.

Quando você encontrar uma tradição cuja eficácia tenha sido provada com o tempo e continua a funcionar para outras pessoas, experimente. Sua vida é muito curta para desperdiçá-la em um caminho da moda, não-comprovado. Se uma tradição lhe serve bem, siga-a sem distração. Pode haver muitos caminhos seguros até o topo da montanha, mas se cultivarmos o hábito de abandonar um pelo outro assim que surjam as dificuldades, iremos apenas circundar a base da montanha, nunca chegando ao nosso destino.

Não critique ou julgue o caminho dos outros. É um erro achar que o seu é o melhor ou o único. Embora o propósito básico da religião seja ajudar as pessoas, apego ao seu caminho ou aversão pelo dos outros vai causar divisões e conflitos. A prática espiritual deve reduzir os venenos da mente, não potencializá-los. Não use a espiritualidade como uma desculpa para se permitir o orgulho, inveja, cobiça, animosidade ou pensamentos danosos. Estas são faltas sérias, tanto faz se cometidas em um contexto espiritual ou mundano. Se o remédio que tomamos produz doença, ele não é benéfico.

Temos que ter cuidado para não vestir a insígnia de nossa tradição espiritual através da pregação, julgamento ou imposição de nossas idéias. No final, cada uma e qualquer religião que ensine o valor de extender a bondade e reduzir os danos beneficia aquele que a segue sinceramente. O grande estudioso Nagarjuna disse que, independentemente da tradição, fé e disciplina moral produzirão benefícios infalíveis e aumentarão as qualidades positivas da mente. Podemos preferir comida americana, japonesa, indiana ou tibetana, mas o importante é que nos alimentemos para nos nutrirmos, não que todos comam a mesma comida.

Se você se sentir atraído pela tradição budista, meu conselho sincero é que você procure um professor. Um professor espiritual é importante porque ele nos apresenta as causas do sofrimento e os métodos para desenraizá-las. Mas é necessário examinar a estrutura, a linhagem e o treinamento de um professor para determinar se ele é qualificado e autorizado a ensinar ou se é auto-proclamado. Ele tem uma fundação firme em estudo e prática? Há alguma diferença entre suas palavras e ações? Um bom professor vai viver os ensinamentos, exemplificando o bom coração e consistentemente demonstrando compaixão, colocando as necessidades de seus alunos em primeiro plano.

Se escutar e aplicar os ensinamentos transforma a sua mente, pode ter certeza que a relação mestre-discípulo está te beneficiando. A confiança surge naturalmente. Na medida que sua mente muda, sua confiança aumenta. Na medida que sua confiança aumenta, você vai buscar por mais ensinamentos, aplicá-los, aprofundar sua confiança e por aí vai.

O objetivo de nossa prática não é ter experiências visionárias ou de clarividência, mas sim reduzir os venenos da mente e aperfeiçoar nossas qualidades positivas. Se isso está acontecendo, estamos reduzindo as causas do sofrimento. Assim que aplicamos os métodos que nosso professor nos dá, teoricamente, nós mudaremos a cada dia. Se não for assim, então a cada mês e, certamente, a cada ano. No final, mudança é a chave -- mudar o coração, descobrir a verdadeira essência da mente.

Não desconheço a dificuldade, mas devido a meu treinamento e prática, nenhuma de minhas experiências são insuportáveis. Conheço pessoalmente o poder das bençãos do lama e quão benéficas a contemplação e a meditação podem ser ao lidarmos com as circunstâncias da vida. Quando era mais novo, sempre que recebia um ensinamento, eu revisava o material 25 vezes por dia. Hoje, às vezes, esqueço o nome de alguns parentes, mas jamais esquecerei os ensinamentos, porque eles estão tão firmemente gravados em minha mente.

Independentemente de quantos anos me restam, estou em paz com o fato de que vou morrer. A morte não me assusta, porque tenho confiança em minha prática espiritual e tenho tentado ajudar os outros o tanto quanto é possível. Eu sei por experiência que esses ensinamentos vão beneficiar qualquer um que aplicá-los, não apenas nesta vida, mas no momento da morte e em vidas futuras.

Das profundezas de meu coração eu digo a vocês: um momento de bondade para com outro ser, um ato de intenção pura, vale mais do que toda a riqueza material do mundo quando você está morrendo. Então pratique agora, enquanto você pode, na maior medida possível, em qualquer situação. Isso vai preencher o propósito supremo de sua vida e, no momento da morte, você não vai ter arrependimentos.Chagdud Tulku Rinpoche, em "Change of Heart".

vendredi 8 mai 2009

Sete fenômenos da natureza que pouca gente conhece

Os fenômenos naturais são absolutamente impressionantes.

Alguns são tão raros, que nem a ciência, com todo avanço tecnológico, é capaz de identificar. Imagine que a natureza nos oferece a possibilidade de vermos várias pedras que se movem sozinhas ou formações geométricas geradas pelo esfriamento de lava.

A seguir você pode acompanhar sete fenômenos impressionantes, que muita gente desconhece.

As pedras que se movem

Até hoje ninguém conseguiu explicar por que, misteriosamente, pedras de centenas de quilos deslocam-se do seu ponto de origem pelo deserto de Death Valley. Alguns pesquisadores atribuem tal fenômeno aos fortes ventos e superfície gelada, mas esta teoria não explica, no entanto, por que as pedras se movem lado a lado, em ritmo e direções diferentes. Além disso, cálculos físicos não apóiam plenamente esta teoria.


Colunas de Basalto
Este fenômeno ocorre com o esfriamento de um fluxo de lava espessa, formando uma malha geométrica com notável regularidade. Um dos famosos exemplos é o Giant´s Causeway, na costa da Irlanda (fotos), embora a maior e mais conhecida seja Devil´s Tower em Wyoming.

Buracos azuis

Os buracos azuis são gigantes elevações subaquáticas, que levam este nome pela tonalidade de azul que apresentam quando vistos do alto. Normalmente possuem centenas de metros de profundidade e tem ambiente desfavorável para a vida marinha, já que a circulação de água é ruim. Curiosamente, em alguns buracos foram encontrados restos fósseis preservados em suas profundezas


Maré vermelha

As Marés Vermelhas são formadas pelo súbito aumento do fluxo de algas de cor única, que podem converter uma parte da água em uma cor vermelha sangue. Embora fenômenos desta natureza sejam relativamente inofensivos, alguns podem ser mortais, causando a morte de peixes, aves e mamíferos marinhos. Em alguns casos, até mesmo os seres humanos podem ser afetados, embora a exposição humana não seja conhecida por ser fatal.

Círculos de gelo

Enquanto muitos acreditem que estes círculos perfeitos sejam obra de alguma teoria da conspiração, os cientistas geralmente aceitam que eles são formados por turbilhões d’água que giram em um considerável pedaço de gelo, em um movimento circular. Como resultado desta rotação, outros pedaços de gelo e objetos gerados pelo desgaste uniforme nas bordas do gelo vão lentamente formando um círculo.

Nuvens Mammatus

Aparentemente assustadoras, as nuvens Mammatus também são mensageiras de tempestades e outros eventos meteorológicos extremos. Normalmente compostas de gelo, elas podem se estender por centenas de quilômetros em vários sentidos e formações, permanecendo visíveis e estáticas entre 10 minutos e 1 hora. Embora pareçam portadoras de más notícias, elas são apenas mensageiras, aparecendo antes e/ou depois de uma grande mudança meteorológica.


Arco-Íris de fogo

Este raro fenômeno só ocorre quando há a participação do sol e das nuvens. Cristais dentro das nuvens refratam a luz em várias ondas do espectro, fazendo surgir cores entre as nuvens. Devido a raridade com que este evento acontece, existem poucas fotos




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dimanche 26 avril 2009

Respecto por la vida y la paz en el mundo


Duerme niño

Glória Guedes

Duerme niño inocente
Jesús guarda tu sueño
Mientras el hombre hace guerra
Tú eres símbolo de la paz
Duerme niño puro
Flor divina aún en botón
Ángel lleno de amor y ternura
Linda promesa de vida y luz

Duerme niño feliz
Símbolo de la esperanza
Las estrellas aún brillan
Y el futuro te pertenece

Duerme en paz niño
La noche embala tus sueños
Allá del cielo la luna anuncia
Que ya duerme un pajarito

dimanche 5 avril 2009

Paz e Poesia




por: Tania Montandon


Se um dos males da humanidade

Que causa dor e torpor

Dizem ser a ansiedade

Por que não usá-la a seu favor?


Cada ser é único, singular
Possui seu jeito, seu lugar

Contudo há também aquela parte
Que o assemelha, ainda que pela arte


À grande humanidade

Semelhanças, divergências

Mais importa a fraternidade


Respeitando todas as crenças

Canalizando toda a ansiedade

Pra, em prol da paz, fazer-se a diferença.

vendredi 3 avril 2009

PROJETO Paz e Poesia


http://inforum.insite.com.br/paz-e-poesia/5086660.html
http://angelatogeiro.googlepages.com/pazepoesia-embelohorizonte



PAZ.
SINGELA PALAVRA
PAZ.
SIMPLES COMO A VIDA
PAZ.
RADIANTE COMO O AMOR
PAZ.
LINDA COMO A FLOR
PAZ.
SERENA COMO O CANTO DOS PASSAROS
PAZ.SIMPLISMENTE PAZ.

por: LEONEL ( LECO DO GUARUJA)

Ralph Johnson Bunche



Ralph Johnson Bunche (7 de agosto de 1904 9 de diciembre de 1971) Politólogo y diplomático estadounidense galardonado con el Premio Nobel de la Paz en 1950. El premio le fue concedido por su labor como mediador de la ONU en Palestina durante el final de la década de los cuarenta que condujo al armisticio entre judíos y árabes. Fue el primer galardonado negro en la historia del premio. Hasta 1950 todos los galardonados habían sido de raza blanca.

"Me encuentro solitario cuando busco una mano y sólo encuentro puños." Ralph Bunche

"(Detroit, 1904 - Nueva York, 1971) Diplomático, sociólogo y politólogo estadounidense. Figura significativa de la diplomacia norteamericana de la segunda posguerra mundial, sus esfuerzos mediadores como jefe de la misión de Naciones Unidas en Palestina (1947-1949) le valieron la concesión del Premio Nobel de la Paz en 1950. Fue el primer hombre negro en recibir dicho galardón.

Nieto de esclavos, su inteligencia y voluntad le permitieron acceder a una educación, a pesar de los muchos obstáculos que el sistema social y jurídico norteamericano oponía a la plena integración de la población negra. Estudió en la Universidad de Los Ángeles (California), donde se graduó en Ciencias Políticas en 1927, para pasar posteriormente a la prestigiosa Universidad de Harvard, en la que, a los treinta años, obtuvo el doctorado en relaciones gubernamentales e internacionales.

En 1928 se integró en el claustro de la Universidad negra de Howard (Washington, D.C.), mientras concluía su tesis doctoral en Harvard. En Howard organizó el departamento de ciencias políticas, del que se convirtió en secretario. Durante esta época, la concesión de una beca Rosenwald le permitió realizar un viaje por el África occidental francés, donde llevó a cabo un estudio comparativo entre la administración de Togo, bajo régimen de mandato, y la de Dahomey, bajo régimen colonial. Asimismo, durante 1936-1937 realizó investigaciones postdoctorales en antropología y política colonial en la Universidad del Noroeste (Illinois, Estados Unidos), en la London School of Economics (Reino Unido) y en la Universidad de Ciudad de El Cabo (Sudáfrica).

En 1938 ganó la plaza de profesor titular en la Universidad de Howard y se incorporó al equipo de trabajo del sociólogo sueco Gunnar Myrdal, que dirigía para la empresa Carnegie Corporation un monumental informe sobre la situación de la población negra de Estados Unidos. Bunche colaboró hasta 1940 en este proyecto, que sería publicado cuatro años después bajo el título El dilema americano y que causó un gran impacto sociopolítico en el país.

En 1942 comenzó a trabajar para el Departamento de Guerra estadounidense como asesor para África y Extremo Oriente de la Oficina de Información, que poco después se llamaría Oficina de Servicios Estratégicos. En enero de 1944 pasó al Departamento de Estado (ministerio de asuntos exteriores), donde participó en la organización de las secciones para territorios bajo régimen de fideicomiso y mandato, posteriormente incorporadas a la Organización de Naciones Unidas. Este cargo le convirtió en un afamado experto en conflictos coloniales.

Como miembro destacado del cuerpo diplomático de Estados Unidos, Bunche acudió a numerosos encuentros internacionales: entre otros, la Conferencia de Dumbarton Oaks (1944) y la de San Francisco (1945), donde se creó la Organización de las Naciones Unidas, en la redacción de cuya Carta fundacional colaboró como asesor en cuestiones administrativas. En 1945 se convirtió en la primera persona negra en acceder a la dirección de una división ministerial del gobierno federal, la de Asuntos del Área Familiar. Al año siguiente fue nombrado director de la División de Mandatos del Secretariado de Naciones Unidas y, en 1948, ascendido a director principal del Departamento de la ONU para los territorios bajo régimen de mandato, se encargó del diseño de estrategias para la progresiva independencia de las áreas sometidas a este régimen administrativo.

Su trabajo en dicho Departamento le implicó de lleno en las negociaciones internacionales para la creación del Estado de Israel, así como en el consiguiente conflicto palestino. Desde 1947 fue uno de los miembros principales de la misión de Naciones Unidas en Palestina, dirigida por el conde Folke Bernadotte. El 3 de diciembre de ese mismo año fue nombrado jefe de la Comisión especial para Palestina del Secretariado de la ONU, lo que le convirtió en pieza clave en los esfuerzos mediadores entre árabes y judíos. El 17 de septiembre de 1948 cayó asesinado Bernadotte y, al día siguiente, Bunche fue designado para sustituirle por el Consejo de Seguridad de Naciones Unidas.

Tras la proclamación del Estado de Israel, Bunche continuó al frente de la misión internacional, al producirse el estallido de la primera guerra árabe-israelí (1948-1949). En febrero de 1949 fue el encargado de negociar el armisticio entre el recién creado Estado israelí y Egipto. Éste fue el primero de una serie de acuerdos entre Israel y los países árabes que Bunche logró establecer entre febrero y mayo de ese año, contribuyendo así de forma decisiva a trazar el nuevo mapa político del Oriente Medio tras la Segunda Guerra Mundial.

Sus incansables esfuerzos le granjearon una enorme popularidad internacional. En 1950 fue galardonado con el Premio Nobel de la Paz en reconocimiento a su labor de mediación en el conflicto árabe-israelí. Al recibir el premio declaró que su labor en Palestina había sido la más satisfactoria que nunca había realizado, porque, por vez primera, se había logrado "utilizar fuerzas militares para asegurar la paz, no la guerra".

En octubre de ese mismo año fue nombrado profesor de relaciones gubernamentales en la Universidad de Harvard. Sin embargo, en febrero de 1952 sus muchos compromisos profesionales en la ONU le obligaron a renunciar a la docencia. Al año siguiente fue elegido presidente de la Asociación Americana de Ciencias Políticas.

El 19 de agosto de 1954 fue nombrado subsecretario sin cartera de Naciones Unidas; se convirtió en el primer estadounidense en alcanzar un puesto de tan alta responsabilidad en la organización internacional. En 1957 fue designado subsecretario para asuntos políticos especiales, cargo desde el que fue el principal colaborador del Secretario General Dag Hammarskjöld. En 1956 fue el encargado de supervisar el despliegue de una fuerza de seis mil soldados de la ONU en el Canal de Suez después de que se produjera la invasión de la zona por tropas israelíes, británicas y francesas.

En 1960 participó en la misión de pacificación de Naciones Unidas en el Congo y, cuatro años después, dirigió el despliegue de otra fuerza de seis mil hombres en Chipre para mediar en el conflicto greco-turco por el control de la isla. En todos estos conflictos trató de garantizar la paz con la interposición de las fuerzas militares de la ONU. En 1969 fue nombrado subsecretario general de la ONU. Hasta su retirada poco antes de su muerte, Bunche siguió encabezando las misiones de pacificación de Naciones Unidas, además de dirigir el programa de dicha organización para el desarrollo de los usos no bélicos de la energía nuclear.

En 1963 le fue concedida, de manos del presidente John F. Kennedy, la Medalla de la Libertad, la condecoración civil más importante de Estados Unidos. Pero, a pesar del reconocimiento internacional y del agasajo de las autoridades estadounidenses, Bunche fue duramente criticado por las organizaciones del movimiento por los derechos civiles de los negros, que le acusaban de haber relegado la lucha racial a un plano secundario de su actividad pública.

Desde comienzos de los años sesenta, Bunche utilizó su influencia política a favor del movimiento negro. En 1965 participó en las marchas por los derechos civiles de Selma y Montgomery (Alabama) y trabajó activamente en la junta directiva de la Asociación Nacional para el Avance del Pueblo Negro. En junio de 1970 renunció a sus cargos en la ONU debido a sus problemas de salud, cuando era el colaborador más influyente del Secretario General, U Thant. Murió en Nueva York a los 67 años."


(1904 - 1971)

Diplomata estadunidense nascido em Detroit, Michigan, Prêmio Nobel da Paz (1950) pela sua mediação na questão Palestina. Filho de um barbeiro de brancos, Fred Bunche, e de Olive Johnson, música amadora, quando tinha dez anos, sua família se mudou para Albuquerque, New Mexico, na esperança que a saúde dos pais melhorasse no clima seco, porém, ambos morreram dois anos depois. Com suas duas irmãs foram levados pela avó para morar no Los Angeles, onde as parcas condições financeiras da família o obrigaram a crescer fazendo biscates. Porém com sua privilegiada inteligência ganhou um prêmio em história e outro em inglês no trabalho de conclusão da escola primária e o levou para a Jefferson High School, em Los Angeles, onde também competiu em futebol americano, basquetebol, beisebol e track. Graduou-se summa cum laude (1927), com especialização em relações internacionais. Ganhou uma bolsa de estudos da Harvard University e um fundo de mil dólares doados pela comunidade negra de Los Angeles e começou seus estudos em ciências políticas. Completou o mestrado (1928) na Harvard University e passou os próximos seis anos alternados entre ensinar em Howard University e trabalhar para o doutorado em Harvard. Como Rosenwald Fellowship (1932-1933) desenvolveu uma pesquisa na África para uma dissertação sobre a colonização francesa em Togoland e Dahomey. Ele completou a dissertação (1934) com tal distinção que ele foi premiado o Toppan Prize para pesquisa excelente em estudos sociais. Em seguida fez uma pesquisa de pós-doutorada em antropologia como Social Science Research Council fellowship (1936-1938) na Northwestern University, a London School of Economics, e na Capetown University, South Africa. Depois de estudar política colonial na África, colaborou com Gunnar Myrdal em An American Dilemma (1944), um estudo de relações de raças norte-americanas. Trabalhou para o governo norte-americano e departamentos de estado durante a II Guerra Mundial e se tornou o diretor do departamento de administração da Secretaria da ONU (1947) e naquela instituição desenvolveu um trabalho para obtenção de uma trégua entre árabes palestinos e judeus o que lhe deu o Nobel da Paz. Como subsecretário de ONU, também investiu na pacificação do Canal de Suez (1956), no Congo (1960) e no Chipre (1964). Ele também serviu na National Association for the Advancement of Colored People, a NAACP, durante 22 anos e morreu em New York, New York, aos 67 anos.

Figura copiada do site da FUNDAÇÃO NOBEL:
http://nobelprize.org/