Por: Sou da Paz Data: 11/10/2006
Em uma demonstração massiva de apoio nas Nações Unidas por maiores controles sobre armas, 83 governos co-patrocinaram uma resolução apresentada em 11 de outubro em Nova Iorque para iniciar o processo de um Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas. Espera-se que muitos outros governos venham a aderir à iniciativa nos próximos dias.
A resolução está sendo debatida no Primeiro Comitê da Assembléia Geral das Nações Unidas e culminará em uma votação na última semana de outubro. Vários países emergentes que exportam armas, como a Sérvia, Romênia e Bulgária, divulgaram pela primeira vez seu apoio a um tratado sobre o comércio de armas durante a apresentação da resolução. Também apoiaram o tratado pela primeira vez países que foram devastados pela violência armada, como Colômbia, Haiti, Libéria, Ruanda e Timor Leste. “Hoje testemunhamos a demanda por um tratado internacional sobre o comércio de armas transformada em ação. Governos receberam a primeira oportunidade de apoiar o começo dos trabalhos por um tratado, e eles fizeram fila para subscrever a resolução”, disse Anna Macdonald, coordenadora da campanha Control Arms pela Oxfam Internacional.
A resolução recebeu expressivo apoio na África, América Latina e Europa. Brasil, Canadá e África do Sul são alguns dos países que anteriormente demonstraram apoio por um tratado internacional sobre o comércio de armas, e espera-se que também co-patrocinarão a resolução. “O Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas está ganhando força. Governos reticentes têm dez dias para juntar-se ao movimento. Essa coalizão de apoio não deve ser impedida por alguns governos céticos”, disse Brian Wood, conselheiro para política de armas da Anistia Internacional. A Oxfam Internacional, Anistia Internacional e a International Action Network on Small Arms (IANSA) juntaram forças para fazer a campanha por um Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas baseado no respeito pela lei internacional, especialmente dos direitos humanos e do direito humanitário.
A campanha, apoiada por 20 vencedores do Nobel da Paz, vem trabalhando nos últimos três anos para essa votação. “Desde que começamos a campanha Control Arms há três anos, estima-se que mais de um milhão de pessoas foram mortas com armas de fogo e outras armas leves. Os governos precisam apoiar o tratado”, afirmou Mark Marge, o representante da IANSA na ONU. No Brasil, a Campanha Control Arms é coordenada pelo Instituto Sou da Paz.
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