lundi 26 janvier 2009

Boff defende Plano de Aceleração da Preservação da Amazônia

"Em entrevista à Carta Maior, Leonardo Boff diz que Fórum Social Mundial tem o desafio de pressionar o governo brasileiro para fazer uma política clara e objetiva sobre a Amazônia. "Fundamentalmente o que tem que ser resolvido é a questão fundiária. É necessário um Plano de Aceleração não do crescimento, mas da integração e da preservação da Amazônia. O Fórum Social Mundial tem esse dever", defende.
Clarissa Pont, Carta Maior

"A advertência de Leonardo Boff é taxativa: “Trata-se de um novo padrão civilizatório, nós temos que nos acostumar a consumir menos”. Em entrevista à Carta Maior, o doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim (Itália) e em Teologia pela Universidade de Lund (Suécia), fala sobre a Teologia da Libertação, o Fórum Social Mundial, a crise econômica e ecológica mundial e a eleição de Barack Obama.

Ele resume nos três erres da Carta da Terra o novo paradigma sob o qual a humanidade terá que viver para sobreviver: reduzir, reutilizar e reciclar. Além disso, defende que o FSM tem o dever de pressionar o governo brasileiro a melhorar sua política para a preservação da Amazônia, avançando principalmente na questão fundiária.

Carta Maior – Qual a avaliação que o senhor faz sobre a atuação de Joseph Alois Ratzinger, o Papa Bento XVI, e da postura dele em relação à Teologia da Libertação?
Leonardo Boff – Quanto à figura de Ratzinger, seja como mestre, como prefeito da congregação ou como Papa, eu diria que não há mudança substancial entre as opiniões. Ele sempre manteve uma linha teológica de fundo inalterável, isto é, o projeto de construir a Igreja para dentro, reforçar as instituições eclesiásticas e a autoridade do Papa, revalidar o direito canônico, sublinhar uma leitura dogmática da fé cristã. Eu diria que em alguns destes aspectos ele, inclusive, radicalizou no sentido de que a fala de um Papa é muito mais poderosa do que a fala de um prefeito de uma congregação, porque eles têm como objeto as doutrinas, enquanto o Papa tem como destinatário toda a Igreja.

Na medida em que esse Papa insiste enormemente que igreja mesmo é só a Católica e continua repetindo que as demais igrejas não são igrejas e que as demais religiões necessitam de salvação, ele toma para si um fundamentalismo light. Por que fundamentalismo? Porque acentua de tal maneira a própria doutrina que exclui as demais e isso não parece ser a perspectiva do cristianismo originário, nem a perspectiva bíblica. Eu diria ainda que este projeto pastoral não é uma mensagem para a humanidade, mas é para reconverter a Europa. Para nós, do Terceiro Mundo, optar pela Europa é optar pelos ricos e por um projeto de antemão falido porque os europeus não estão interessados em reconversão. Na minha interpretação, isso é ter o cristianismo nas costas e não na frente, é um cristianismo crepuscular e não um cristianismo de rejuvenescimento. A mensagem correta seria colocar no centro da preocupação a vida, porque o mundo não ama mais a vida, sacrifica a vida, faz comércio com a vida."
Entrevista Completa, ::Aqui::

blogs

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire